O Clube de Tricô de Sexta à Noite
A minha opinião
Gostei muito deste livro. Surpreendeu-me bastante pela positiva!
No inicio, quando vi esta capa e o titulo, fiz um “esgar” de rejeição. O meu primeiro pensamento foi: “Uma história fútil sobre o tricô!” Mas algo me impulsionou para ler a sinopse e foi o que me fez exclamar depois: “Quero ler!”. Tratava-se, pois sim, de uma história sobre mulheres!
Na contracapa: "(...) Com o pretexto de fazer tricô, mulheres extremamente diferentes entre si fazem uma pausa nas suas vidas atribuladas e partilham segredos, angústias e expectativas. Mas quando o impensável acontece, estas mulheres vão descobrir que o que criaram não é apenas um clube de tricô mas uma verdadeira irmandade.”
E, assim foi, conheci estas mulheres. Todas magníficas em letras maiúsculas! Não eram fúteis ou ocas, mas todas interessantes e criativas. Encantei-me com este clube. Foi uma delícia de estar com elas, a acompanhar o trabalho de tricô que elas faziam (apesar de não saber o significado dos termos de tricô como liga de meia ou liga de ponto) e também acompanhar as outras que não o faziam mas que apareciam no clube para fazer outros trabalhos como fazer a tese sobre este tema, e a escutar os seus risos, dúvidas e desabafos…
As surpresas são muitas e devo dizer bem reais. Como por exemplo, a construção de amizades entre pessoas diferentes que, à primeira vista não se reajam bem umas com as outras, mas que à medida se vão conhecendo, acabam por serem as melhores amigas!
Esta história deu magia às agulhas de tricô e aos fios de lã. E agora, não se riem, inscrevi-me para as aulas de tricô! Eu que não sou daquelas mulheres que se maquilham e usam unhas pintadas ou malas enormes... É incrivel como um livro é capaz de nos fazer...! (Já experimentei com uma caneta a servir-se de agulha e um fio de cordel... Esta técnica parece-me muito gira! A ver vamos se resulta comigo! E depois, passarei a participar em encontros de tricô.)
Para finalizar, recomendo a leitura a todo o tipo de mulheres, desde as maria-rapazes às feministas e intelectuais! É uma história madura, realista, bem construída. E também nos permite pensar sobre a vida, o amor, as segundas oportunidades e perdão.
Excertos:
Vou deixar aqui sublinhado o diálogo entre uma personagem e o padre. Fez-me pensar...
pág. 334/335
«- (…) E parece-me tão injusto. Irreal. Só quero saber porque é que isto me aconteceu.
Esperou, expectante. O padre olhou para ela, pensativo acenando com a cabeça.
- Bem – disse ele – Não sei. Mas sei que não foi por ter feito nada de mal, se é nisso que está a pensar. Não é uma coisa que mereça.
- Não é, pois não?
- Não, não é. – o padre abanou a cabeça – Desde já lhe digo que não conheço todas as respostas de que anda certamente à procura. Não sou Deus. Mas posso dizer-lhe algumas coisas em que acredito.
- Por favor.
- Acredito que, por vezes, os problemas de saúdes acontecem simplesmente… não são testes cósmicos, não são nenhuma vingança por todas as coisas más que as pessoas fizeram ao longo da vida. – disse ele – Não são uma forma de impor moral ao universo. É simplesmente uma falha no sistema.
- Sim e…
- E eu acho que Deus chora quando sofremos, chora connosco e apoia-nos. Mas também acho que não interfere e nos deixa resolver as coisas sozinhos. Deixa os médicos fazer o que lhes compete. Deixa o nosso corpo curar-se por si.
- E se não curar?
- Nesse caso, recebe-nos de braços abertos. Deus não tem nada a ver com o corpo, sabe, tem a ver com a tua alma.
- Quer dizer que, se rezar com fervor, melhoro?
- Não, não, não é nada disso que estou a dizer. Rezar não é nenhuma forma de apólice divina. É simplesmente um meio de comunicar, de abrir o coração.
- Segundo, essa definição, uma conversa honesta com quer que seja é uma forma de oração.
O padre deu um toquezinho no nariz. – Acertou em cheio.»
Outras opiniões:
Aqui #1 (da marcia)
Aqui # 2 (da Bauny)
Aqui #3 (do Draco)
Sobre a escritora:
Kate Jacobs deixou o Canadá para ir estudar na Universidade de Nova Iorque, cidade onde viveu durante dez anos e trabalhou para diversas publicações. Actualmente, vive no Sul da Califórnia com o marido. O Clube de Tricô de Sexta à Noite é o seu primeiro romance e foi um bestseller internacional, tendo sido publicado em vinte países.
Informações:
Esta obra está, de momento, a ser adaptada para o cinema, com Julia Roberts no papel principal.
Já estou ansiosa para ir ver o filme, ainda por cima, com a minha actriz preferida!!! Quem será o actor que irá fazer o papel de James? Denzel Washington? Ou Will Smith? Penso que o Denzel iria ficar muito bem com a Julia, embora o Will seja o meu actor favorito! E a filhota da Georgia, a Dakota, qual é a menina que vai fazer esse papel?
Tricô: