quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A Casa na Praia



Sinopse:

Quando casou, Sydney estava perdidamente apaixonada pelo marido Andrew, um piloto de aviões carismático e aventureiro. Mas o medo de o perder num acidente de aviação quase a leva à loucura, deixando-lhe apenas uma alternativa: o divórcio.
Quando voltou a casar, Sydney acreditou que nada tinha a temer, afinal Daniel era um jovem e pacato médico. Mas o destino prega-lhe uma partida, e o seu segundo marido morre subitamente no hospital onde trabalha.
Desencantada e sem rumo, a jovem viúva aceita um emprego de Verão na magnífica costa do New Hampshire. O que ela não podia imaginar era que o amor ainda lhe reservava grandes surpresas.


A Minha Opinião:

Gostei mais ou menos! Nem muito, nem pouco.
Ao principio, achei uma confusão porque a história começa com muitas personagens. Quem é o homem que segura a toalha? Que faz a Sidney ali? Quem são Mr e Mrs Edwards? Quem é a Julie? Quem são os hospedes? Etc.

É uma história vulgarzinha, nada de especial, é sobre uma mulher chamada Sydney, casada duas vezes que teve depois o azar de se ter divorciado e ficado viúva...
Na casa de praia, onde a Sydney vai passar durante o Verão, vai lhe acontecer algo e é o que vamos testemunhar.

Estive quase para desistir, já estava a ficar sem paciência, a suspirar de frustração, a sapatear o sapato no chão e a pensar "Para onde é que isto vai dar?", até que surpreendemente cheguei a uma parte do enredo que me fez agarrar ao livro, graças a uma personagem muito especial: a Julie. Foi quem mais me cativou e achei uma pena por ela ter sido uma personagem secundária ou fugidia.

O que não gostei do livro, foram a existência de muitos diálogos insignificantes e a repetição de descrições que achei desnecessárias. Cheguei a ler na diagonal ou saltar partes maçudas.

Não é o livro que valesse a pena comprar, ainda bem que o pedi emprestado. É mais indicado para se distrair e a boa altura para o ler é no Verão, deitada sobre a areia sob as caricias do sol na pele...

Classificação: 3/5


Observações:

Li outros livros da Anita Shreve entre quais: "A Praia do Destino", "Luz na Neve" e "Casamento em Dezembro", e de todas que gostei mais, foi o primeiro, sem dúvida, o melhor romance da escritora e é a que recomendo mais.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Mil Sóis Resplandecentes





Sinopse:

Mil Sóis Resplandecentes é um romance pleno de sensibilidade que conta já com mais de meio milhão de exemplares vendidos e os lugares cimeiros dos tops dos diversos países onde se encontra publicado. Tendo como pano de fundo as convulsões sociopolíticas que abalaram o Afeganistão nas últimas três décadas, conhecemos Mariam e Laila, duas mulheres que a guerra e a morte obrigam a partilhar um marido comum e cuja coragem lhes permitirá lutar pela sua felicidade num cenário impiedoso. Uma obra inesquecível que evoca o que há de mais intrínseco a todos os seres humanos: o direito ao amor, a um lar e à integridade.


A Minha Opinião:

Ao principio custou-me a pegá-lo mas chegara a altura de o fazer. Já há bastante tempo, desde que saiu publicado nas livrarias no ano passado, que andava de olho neste livro devido à capa ser linda e também ao facto de o autor ter recebido críticas exuberantes. Custou-me porque já conhecia as histórias do Afeganistão (a invasão soviética, a chegada dos talibans, as barbaridades que as mulheres sofreram devido aos talibans), pois li dois livros: "O livreiro de Cabul" e "Face Negada".

Ainda bem que o li! Surpreendeu-me muito pela positiva!
Amei o livro, apesar de haver partes terrivelmente chocantes ou demasiado violentas, porque: primeiro, está escrita de uma forma que nos toca, as palavras profundas e ironicamente belas, que nos faz agarrar e continuar a ler, que nos faz rir e chorar, até mesmo doer a valer, sentir tudo como se estivéssemos lá; segundo, trata-se de uma amizade linda entre duas mulheres afegãs, a maneira como elas suportavam tudo tendo uma à outra, e também fala docemente da maternidade.
É um livro de extrema sensibilidade, sem dúvida, marcante e inesquecível. A vontade que tive de as tirar de lá ou de as proteger foi desesperante e aflitiva, muitas vezes me faltando o ar de tanta raiva! E, no fim, derramei lágrimas em nome de todas as mulheres afegãs que tiveram o mesmo destino que Mariam e Laila.

Vou sublinhar aqui da página 76 do livro:

«Mariam, estendida no sofá, as mãos enfiadas nos joelhos, contemplava o turbilhão de neve que rodopiava do outro lado da janela. Recordou-se de Nana ter dito um dia que cada floco de neve era um suspiro soltado por uma mulher magoada algures no mundo. Que todos os suspiros subiam para o céu, se reuniam em nuvens e depois se desfaziam em minúsculos pedaços, caindo silenciosamente sobre as pessoas cá em baixo.
Em lembrança do que sofrem as mulheres como nós, dissera ela. De como suportamos silenciosamente tudo o que nos cai em cima

Classificação: 5/5 (Excelente)


Outras opiniões:
canochinha (foi a sua opinião que determinou a minha decisão de comprar e ler este livro)
Um Livro no Chá das Cinco


Imprensa:

Entrevista da Bertrand:
Khaled Hosseini retratou o Afeganistão por dentro em dois livros, transformados em fenómenos literários que comovem multidões.

Entrevista do Sol:
Mil Sóis Resplandecentes, segundo romance de Khaled Hosseini, editado em Portugal

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Livro do Mês (Sugestão)

Para o mês de Outubro, sugiro este livro:

Frankenstein
Autor(es): Mary Shelley
Tradutor(es): Fernanda Pinto Rodrigues
Tipo de livro: Romance
Editora: Publicações Europa-América
Colecção Livros de Bolso Europa-América
Data da edição: 1995
Data da edição original (Editora da 1ª edição): 1818
Nº de páginas: 152
Género: ficção científica/Horror



Li este livro em Fevereiro de 1995 mas ainda me recordo bem da história e do modo como me marcou profundamente!

Se pensam que é um livro de terror, então estão redondamente enganados! Na verdade, o monstro que aparece na maior parte dos filmes é visto como o mau ou um assassínio cruel que assusta toda a gente. Pois, nada disto se passa no livro!

A história é extremamente sentimental. Entramos para o interior do monstro e assim "vemos" os seus sentimentos mais profundos: o horror e o medo que a criatura sentiu em relação ao seu próprio corpo; a confusão perante a vida, o espaço, tudo estranho e desconhecido; o choque com a rejeição e os gritos das pessoas sem saber porquê... Depois acompanhamos a sua descoberta da comunicação e a auto-aprendizagem às escondidas, a descoberta do amor e o desejo de ser amado; o surgimento da terrivel dor de solidão e de abandono... Este monstro foi amigo de uma familia pobre, fazia-lhe surpresas, trazia comida à porta, e o que aconteceu depois, não conto. O monstro tinha um lado bom, uma alma sensivel e humana aprisionada num corpo horrendo. Então, porque é que se tornou mau? Basta imaginar, se fossemos nós como este monstro, como iríamos sentir ou reagir?

De facto, apresenta uma forte carga emocional. Fez-me chorar e sentir pena do monstro, revoltar e ter ódio ao criador por o ter feito e depois o ter abandonado!

É um dos meus livros predilectos e preferidos! Recomendo altamente!


Cinematográfica:

Em 1994 foi lançada uma adaptação cinematográfica dirigida por Kenneth Branagh de nome Mary Shelley's Frankenstein (com o próprio Branagh no papel de Victor Frankenstein), Robert De Niro como a criatura e Helena Bonham Carter como Elizabeth. Apesar do título sugerir uma adaptação fiel, o filme toma uma série de liberdades com a história original.








domingo, 12 de outubro de 2008

Português Suave


Sinopse:

Temos de enfrentar os nossos fantasmas... pelo menos uma vez na vida.

Na década de quarenta, Mercês Perestrello é dada como louca e afastada dos seus filhos. Nos anos sessenta, as gémeas Maria Teresa e Maria Luísa seguem caminhos opostos em busca da (mesma) felicidade. Quarenta anos depois, as primas Leonor e Naná desvendam segredos nunca antes imaginados. São três gerações de mulheres a desafiar os brandos costumes, mas apenas uma a descobrir a verdade.
Num país em que a prudência aconselha a seguir a máxima uma coisa de que não se fala não existe, a vontade de subverter todas as regras irá mudar o destino de uma família.



A Minha Opinião:

Gostei.

Foi o primeiro livro que li da Margarida Rebelo Pinto e gostei de o ter experimentado.

Ao princípio, nos três primeiros capítulos achei confuso, porque no primeiro capitulo é uma personagem que narra na primeira pessoa e no capítulo seguinte é a outra personagem que está na primeira pessoa.

Quem leu os livros da Jodi Picoult, verá que é do mesmo género, estamos numa personagem e depois mergulhamos noutra. Em cada capítulo não diz logo quem é a personagem, só depois de lermos umas quantas linhas é que sabemos. Mas gosto disto, parece um puzzle, vamos encaixando de uma personagem à outra e vamos sabendo desta forma como é que cada uma das personagens sente ou reage.

A escritora escreve “pelos cotovelos” e usa pitadas de humor negro, ri-me com algumas coisas, como por exemplo, «cheguei a um beco sem saída e quando me senti no fundo, olhei para cima e disse para mim mesma: agora vais ter de subir a puta da montanha, quer queiras quer não, senão cai-te um piano, um avião ou uma bomba neste buraco em que te meteste e nunca mais levantas os cornos», realmente é uma linguagem que choca mas é a grande verdade. E não é só… O livro conta muitas verdades que a maior parte das pessoas não quer acreditar ou não gosta de admitir. A sociedade gosta de acreditar as tradições e dar as boas aparências quando na realidade é tudo a fingir.

Este livro é uma espécie de novela familiar da alta sociedade do Estoril.

A Maria Teresa e a Maria Luísa são irmãs gémeas e, contudo, tão contraditórias.
A Maria Teresa é uma mulher “perfeita”, “certinha” ou “correcta”, bem tradicional, acima de tudo, um tipo de mulher que a sociedade gosta de ver e respeitar. Faz bons papéis de esposa, mãe e avó. É uma mulher de cinco estrelas.
A Maria Luísa é a considerada “maluca” a que tem muitos casos ou que não assenta na vida, é portanto mal vista pela sociedade, mas, na realidade, é apenas uma mulher que se apaixonava facilmente e teve muitos azares; esta é que é uma mulher de mentalidades abertas e que tem uma grande sabedoria de Vida.
A Leonor é como a sua mãe Maria Teresa que sonha ter uma família perfeita e estável e a Naná é como a sua mãe Maria Luísa.

Gostei desta família até construí uma árvore genealógica à medida que fui lendo. Fiquei chocada com o que fizeram à avó Mercês e já desconfiava o que a Leonor e a prima Naná iriam descobrir.

Já percebi porque é que os livros da MRP vende bem. A escritora é realista e frontal, retrata bem a sociedade Portuguesa, revela tudo o que está por detrás de toda a perfeição e todas as tradições. Neste livro, há muitas mulheres na nossa sociedade que são como as personagens mas a maior parte delas é como a Maria Teresa que vive dentro de um redoma da perfeição.

É um livro levezinho que se lê num instante, não a considero uma obra-prima mas que prende. A mim, prendeu.


Aqui deixo alguns excertos:

«Uma espécie de paz podre mascarada de conjugalidade de conveniência em que os casais fazem tudo by the book para convencerem a sociedade – e eles próprios – de que vivem uma vida feliz.»

«…o futuro é o engodo para nos anestesiar e nos distrair das tentações do presente…»

«Sinto-me fora da realidade, a viver num universo alternativo, mas não é isso o amor? E se for, não pagamos todos um preço elevado por ele? E na vida, quanto mais não vale um amor feliz, ainda que um dia acabe, do que viver sem saber o que é um amor assim, completo, desenhado a prazer e entendimento?»

«- (…) como diz a Lucía Etxebarría, as únicas famílias felizes são as que se conhecem mal.»

«A felicidade é uma vocação.»



Classificação: 3/5


Outras Opiniões:

Aqui do blog "Tempo de Mim"
Aqui #2 do blog "planetamarcia"

sábado, 4 de outubro de 2008

Intuição




Sinopse:

Um oncologista sedento de publicidade.
Uma cientista apaixonada pela sua investigação.
Um jovem e ambicioso investigador à beira da demissão.


Num laboratório de pesquisa em Boston é feita uma importante e revolucionária descoberta: a mutação de um vírus poderá ser a pista que faltava para a cura do cancro.

De imediato, o ambiente outrora frio e racional do laboratório abre espaço para as ambições e sonhos de todos os que ali trabalham. A nova descoberta parece ser a solução tão desejada para as frustrações e medos de todos os intervenientes.

Mas, à medida que a investigação avança, a credibilidade dos resultados parece ser desafiada: uma das investigadoras, preterida pelo protagonismo das novas descobertas e em recuperação de uma relação falhada com o colega que apresentou os novos resultados, questiona-os e lança toda a equipa numa espiral de desconfiança, inveja e desilusão.

Poderá uma promessa de vida revelar-se fatal?



"Intuição é uma expedição fascinante às intrigas que fervilham no local de trabalho."
USA Today

"De absoluta qualidade em todos os aspectos. Um romance fabuloso."
Kirkus Reviews

"Allegra Goodman tem o desempenho preciso de um cientista e a inspiração de um artista no auge da sua criatividade. "
Entertainment Weekly

"Um romance verdadeiramente humanista, nascido dos assépticos limites da ciência."
Publishers Weekly





A Minha Opinião:

Este livro não correspondeu nada às minhas expectativas... Ao princípio, julguei que a história fosse parecida com a do filme “Eu Sou a Lenda” ou sobre algo de sinistro, pois a capa parecia sugerir isto...
Afinal, não tem nada em comum com o filme referido nem vai acontecer assim tão terrorífico!

É sobre o mundo científico, principalmente, sobre os cientistas, a investigação em equipa, a competição da ciência, as rivalidades, a impressa (quando descobrem a cura para doenças), as pressões, a burocracia e a politica da ciência, as fraudes científicas…

No entanto, apesar de não ser uma história do meu género, achei-a interessante, deu-me uma visão global do mundo cientifico e um levantamento de questões, foi por isso que li quase até ao fim, embora de forma arrasada e lenta.
Mal terminava um capítulo, precisava de parar para respirar, pois o pano de fundo da história é incolor e claustrofóbico, uma vez que a maior parte da história se passa dentro dos laboratórios.
E custou-me muito a terminar porque a autora prolongou desnecessariamente o final, esticou ou puxou como se estivesse a dar mais páginas ao livro, portanto, desisti as últimas 10 páginas pois já sabia o final e isto chegava para mim: já estava tudo resolvido!

Parece uma série como daquelas séries de médicos, só que em vez de médicos são os cientistas: quatro pós-doutorandos, dois técnicos, e dois directores de um instituto cientifico. Conta os sentimentos pessoais dos próprios cientistas, dentro e fora do laboratório.

A linguagem científica deste livro é acessível para todo o tipo de leitor porque a autora relatou a história com uma simplicidade e nitidez. Usou a poesia, não de forma exagerada, só essencial para explicar os conceitos científicos mais complicados de uma forma que atingisse ao nível de compreensão de toda a gente.

Fiquei bastante chocada com as experiências usadas em animais, sobretudo em ratos. Infelizmente, é assim que os cientistas fazem experiências para encontrar a cura para determinadas doenças.

De uma forma geral, apesar de interessante e chocante, não é um livro considerado uma obra-prima, nem sequer um livro ideal para apreciar simplesmente a leitura. Só é bom e dispensável para quem quer saber o funcionamento do mundo científico, sob a forma de romance ficcional.

Classificação: 3/5