quarta-feira, 4 de novembro de 2009

A Talentosa Flavia De Luce


Para ler a sinopse aqui


A minha Opinião:

Naquele dia, devendo-se ao meu estado de espírito nublado, fui impulsionada a ir à livraria. Comprar livros é o perfeito antídoto, um solvente invisível de sol que afasta estas emoções depreciativas. Estava eu a explorar os livros, a pegar num e a folhear noutro, quando detectei este livro. Foi a dita capa, magnífica por sinal! Uma narceja-galega morta com um selo espetado no seu bico, uma menina de tranças em pé segurando uma lupa atrás de si, e por detrás destas duas figuras erguia-se uma poderosa mansão que parecia assombrada! Pus-me a ler a sinopse e pronto. Foi uma compra imediata.

A história está contada na primeira pessoa. É a Flavia De Luce que “conta” o mistério todo. Eu diria que esta menina é um “Shelock Holmes” em versão feminina e em pequena estatura.

Flavia De Luce nutre uma paixão enorme por Química, em especial, por venenos! A forma como esta menina fala dos símbolos químicos sódio ou iodo e das reacções químicas é enternecedora. Ou antes, fascinante (talvez isto seja suspeito, é que eu tenho a mesma adoração que Flavia De Luce por elementos químicos)! Sabe o que é mais hilariante nisto tudo? É ela ter um laboratório só para si, este que pertencera ao seu tio-avô já falecido, onde pode fazer umas experiências que é melhor não saber… Coitada da irmã mais velha, o que a Flavia lhe fez, uma coisa terrível, mas nada mortal. São as chamadas pequenas vinganças… Tive umas boas gargalhadas, tipo humor negro! E, ainda mais, Flavia De Luce não abdica a sua tão especial e inseparável bicicleta que até tem nome: Gladys.
Conforme o que diz a sinopse, irá haver um homicídio. É a Flavia De Luce que vai desvendar tudo. Como não podia deixar de ser, tem uma inteligência de ouro! Soube-me acompanhá-la nesta aventura policial. O enredo todo gira em torno de selos, tema que achei interessante e original!

Houve um único senão: a excessividade de metáforas que, apesar de serem lindas e engraçadas, ao ponto de nos fazer sorrir ou enternecer, não fica nada bem para o policial. Eu queria saber como é que acabava e as metáforas só tendiam para atrasar ainda mais… Cheguei a fazer batota: saltei algumas frases de blá,blá para ir ao essencial. Desculpa, Flavia De Luce, fui impaciente. Foi incorrecto da minha parte, eu sei, devia ter apreciado cada palavra tua, mas tive uma ânsia de saber o desfecho. É que o suspense me atormenta!

Tornei-me fã da Flavia De Luce, uma heroína hilariante e engraçada. Espero que o autor construa mais uma aventura, mas com menos metáforas. E adoraria que fizessem a série televisiva com vários episódios com esta personagem.

Classificação: 3/5 (É um bom policial para divertir. Vale a pena a leitura dada a sua originalidade e riqueza literária.)