domingo, 23 de agosto de 2009

Nunca me Esqueças


(para ler a sinopse, clique aqui)


A Minha opinião:

Antes de iniciar a esta leitura, li opiniões da blogsfera, bastante favoráveis, os quais diziam que se tratava de um excelente romance histórico sobre uma grande mulher, uma história verídica. Segundo elas, a capa, a sinopse e o invólucro (saco de renda branco com bolinhas prateadas) eram enganadores...! Todas as opiniões falaram da colónia penal, da deportação desta mulher à Austrália e das adversidades por que ela passou, mas não mencionaram para além disto! Assim, somando a capa “romanceada”, o invólucro horrível e as opiniões resumidas, fui adiando o momento para o pegar. Se me tivessem dito de quem era esta mulher, eu teria pegado imediatamente no livro!

Agora, deixem-me falar um pouco desta heroína: era uma rapariga camponesa, de aparência simples, cabelos encaracolados escuros e olhos cinzentos. Uma verdadeira maria-rapaz, bastante inteligente e curiosa, convivia-se mais com rapazes – gostava das coisas que eles faziam como por exemplo brincar com o papagaio de vento e correr, deliciava-se a escutar as conversas dos homens sobre viagens marítimas, guerra e outros assuntos. Era uma rapariga que ansiava por aventuras em vez de casar e ter filhos e não tinha medo de nada! Um dia, partiu da sua terra natal – Fowey (Cornualha), deixando para trás a sua família: pais e irmã assim como a segurança e conforto da casa, em busca de uma vida mais emocionante noutras paragens.

No entanto, Mary Broad foi presa por roubo, precisamente, poucas semanas antes de fazer 20 anos de idade! Como é que chegou a este ponto?

Naquele tempo, nos finais do século XVIII, os castigos impostos aos prisioneiros eram muito severos, mesmo aqueles que tinham roubado uma centelha de comida ou uma miséria de roupa - por exemplo um lençol, eram mandados à forca. No caso da Mary Broad, era para esse fim, mas calhou-lhe ser deportada para Austrália.

Como foi a viagem de Inglaterra àAustrália? Como foram tratados os prisioneiros? Como foi a colónia penal? O que fez Mary Broad? Como é que esta mulher enfrentou as adversidades e conseguiu ultrapassá-las?

Desde a parte do livro, em que a Mary Broad fugiu da colónia, juntamente com outros prisioneiros e os seus dois filhos, deslocando num pequeno barco por mares desconhecidos, não tenho conseguido parar de ler, de tão nervosa estava, fazendo forças para que conseguissem chegar sãos e salvos a uma terra! A ideia e a organização desta fuga foram inteiramente dela, graças à sua inteligência, perspicácia e determinação. Mas foi, acima de tudo, o amor que tinha aos seus filhos que a impulsionou para a fuga. A colónia penal não era um sítio para os filhos crescerem – só lendo, saberão porquê! A fuga foi terrível: passaram por tempestades, ataques dos indígenas, fome... E conseguiram? Ou não?

Mary Broad conquistou o meu coração assim como conquistou os corações dos outros e de toda a Inglaterra daquela altura quando a sua fuga foi divulgada nos jornais.

A escrita é bastante fluente e envolvente, o que ajudou a tornar a história ainda mais emocionante e comovente, de derramar as lágrimas!

Entrem no livro e seguem o rasto de Mary Broad, desta mulher fabulosa, que NUNCA DEVE SER ESQUECIDA!

Adorei!

Classificação: 5/5


Sobre a Escritora:

Lesley Pearse é autora de uma vasta obra já traduzida para mais de trinta línguas, tendo vendido cerca de três milhões de exemplares. A própria vida da escritora é uma grande fonte de material para os seus romances, quer esteja a escrever sobre a dor do primeiro amor, crianças indesejadas e maltratadas, adopção, rejeição, pobreza ou vingança, uma vez que conheceu tudo isto em primeira mão. Ela é uma lutadora, e a estabilidade e sucesso que atingiu na sua vida deve-os à escrita. Com o apoio da editora Penguin, criou o Women of Courage Award para distinguir mulheres comuns dotadas de uma coragem extraordinária.



segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A Filha do Pescador


(Para ler a sinopse, clique aqui)


«Recheado da mais saborosa comida, pleno de paixão e mistérios, A Filha do Pescador decorre numa cidade com tanta personalidade que não é difícil perdermo-nos nas suas ruas, esplanadas, mercados e pizarias, que constituem, afinal, o mundo de Raffaella, e tornarmo-nos numa pequena parte do interminável espectáculo da sua vida.»



A Minha Opinião:

Escolhi este livro para leituras de Verão porque adoro Itália, a comida e o povo italiano. Foi uma boa selecção. Gostei!

É uma história que se passa numa vila italiana - dividida em duas partes: a pequena e a grande Triento. Envolve várias personagens como uma novela italiana. As personagens como a Rafaella – filha de um pescador com uma estonteante beleza mediterrânea mas bastante ingénua e a Carlotta – filha de um jardineiro que esconde uma tristeza profunda, cativaram-me inteiramente.

Esta história não tem nada a ver com o outro livro que li “Caffé Amore”, embora a escrita tenha a mesma simplicidade e leveza. Achei-a mais dinâmica e interessante. Desenrola em torno da construção de uma estátua de Cristo no topo da montanha em que irá causar conflitos entre classes sociais…

A descrição deste povo italiano com os seus costumes, tradições e mexericos é impressionante.

Há alegrias e tristezas, há festas e mortes, há generosidades e ódios, há amizades e inimizades, há amores e desamores… Este livro pinta a Vida e transforma-a em carne e osso. Nada é perfeito. Não há respostas para tudo. A Vida encontra-se permanentemente envolta em mistério.

Há um único senão que me desiludiu: esta vila Triento só existe na imaginação da autora. Mas a estátua desta história foi inspirada da estátua de outra vila: Maratea. As características desta estátua e a do livro são idênticas.





A história assim como os personagens são totalmente fictícios. No entanto, vi dois filmes verídicos de origem italiana: Malena (sinopse - aqui; trailler - aqui) e Respiro (sinopse - aqui; trailler - aqui) .

E assim, devo dizer que as personagens construídas no livro, por exemplo a beleza e a ingenuidade de Rafaella e os pescadores, não estão muito longe da realidade.

Classificação: 3/5 (Vale a pena ler!)


Biografia da Escritora:

Nicky Pellegrino nasceu em 1964 e cresceu em Inglaterra, mas passou os verões da sua infância no Sul de Itália. Vive actualmente em Auckland, na Nova Zelândia, onde trabalha como editora da New Zealand Weddings.
Na ASA foram já publicados com grande sucesso os seus romances:
- Caffè Amore,
- A Filha do Pescador
- A Noiva Italiana.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Menino e o Cavalo


A extraordinária viagem de um pai para curar o filho



Sinopse:

Rupert Isaacson tinha sonhado o melhor para o filho, imaginava as brincadeiras, as conversas, os passeios… Depois de Rowan nascer, porém, começou a perceber que o seu sonho nunca se iria realizar. O menino não falava, não reagia, refugiava-se no seu mundo, fechado numa concha invisível. Era autista.

O Menino e o Cavalo é a história real, extraordinária, de um pai que vai até aos confins do mundo para curar o filho. É a aventura de uma família única, que arrisca tudo, movida por uma fé inabalável. E que, nas distantes estepes da Mongólia, consegue finalmente o milagre de abrir a concha, e entrar no mundo misterioso de Rowan.



A Minha Opinião:

Terminei o livro com olhos embaciados e coração embebido de ternura… Uma história verídica simplesmente fenomenal, emocionante e triunfante!

Prendeu-me desde as primeiras páginas, uma escrita tão fluente e límpida, com deliciosas descrições da Natureza e dos cavalos e, acima de tudo, da luta e do Amor dos pais para o bem do seu filho autista.

O livro começa com um encontro amoroso entre Rupert e Kristin, num país bastante longínquo dos seus países de origem, na Índia. E depois, casaram-se e anos mais tarde, veio o Rowan, fruto dos dois.

Antes do nascimento de Rowan, Rupert ainda trabalhou em África do Sul, ao lado dos xamãs africanos, ajudando-os a recuperar as suas terras que lhes foram tiradas para as minas.

Já Rowan com três anos de idade e com o autismo recentemente diagnosticado, estes xamãs da África visitaram os EUA, a fim de pedir apoio ao Estado para a recuperação das suas terras, e Rupert decidiu levar o filho aos xamãs para ser observado e ser tocado... Para o meu espanto, os rituais destes xamãs, com danças, tambores, cantos, deram resultado! Houve mudanças surpreendentes em Rowan… Mas os efeitos milagrosos duraram pouco tempo.

Um dia, Rowan escapou-se à vigilância do seu pai e invadiu no rancho do vizinho, atirando-se depois para debaixo de uma égua, mesmo próximo dos seus cascos... E o que aconteceu? Rowan foi pisado? A égua deu-lhe coices? Não vou contar! Achei lindo, impressionante, comovente! Rupert descreveu estas cenas que são de tocar o coração!

A seguir, o pai Rupert, sendo treinador e amador de cavalos, experimentou a montar com o filho, os dois acima da égua. E fez-me sorrir, emocionar, arrepiar... O Rowan extasiava-se, ria-se! Pedia mais e mais, o galope! E começava a comunicar correctamente...

Contudo, aos cinco anos de idade, o seu estado de autismo agravou-se de mal a pior, mesmo com passeios diários a cavalo...

Os resultados que o Rowan teve com xamãs africanos não foram esquecidos e Rupert teve então uma ideia LOUCA, escutando a sua forte intuição: levar o filho aos xamãs do povo das Renas da Mongólia, fazendo percursos a cavalo durante muitos dias, passando pelas montanhas, rios, pântanos…!

Foi uma aventura SOBERBA, DIVINAL que presenciei literalmente com esta família absolutamente FANTÁSTICA na Mongólia. Fiquei a saber mais coisas sobre este País remoto: a História no tempo da invasão soviética e o que estes Russos faziam aos xamãs, a natureza - os lagos purificantes, os cavalos selvagens da Mongólia, as Renas e outros animais, os gers, o Xamamismo. E o Rowan? Que lhe aconteceu? Como ficou depois desta viagem?

Aqui estão algumas fotos que também se encontram no livro:






Adorei! Adorei!

Classificação: 5/5


Outras Opiniões:

Aqui #1 (blog:Leituras e Outras Aventuras)