quinta-feira, 23 de abril de 2009

O Dia da Tormenta

(Capa do "Circulo de Leitores")


A Minha Opinião:

Mais um livro da Rosamunde Pilcher lido! Gostei, mas não tanto como os anteriores "Os apanhadores de Conchas" e "Solsticio de Inverno". Contudo, não quer dizer que não me tenha agradado. Muito pelo contrário, achei a escrita doce e uma boa companheira, em que nos dá vontade de enrolar no sofá ou sentar-se sob a sombra de uma árvore a lê-lo. O desenrolar da história é interessante. É sobre relações familiares...

«No último dia de vida da sua mãe, Rebecca descobre que tem família na Cornualha e parte para essa região à descoberta do avô e de um primo que nunca conheceu. Mas só o enigmático Joss Gardner, o estranho que parecia inacessível, consegue ajudá-la a compreender os escuros segredos que estão por detrás da acolhedora recepção que os seus familiares lhe fazem.»

Reconheci alguns pontos em comum com os do livro "Os Apanhadores de Conchas". Porém, senti que faltava qualquer coisa na história... As personagens! Gostei delas, mas não estavam desenvolvidas de tal maneira profundas como as dos dois livros "Os Apanhadores de Conchas" e "Solstício de Inverno". Este livro é um dos primeiros livros da autora (escrito em 1975). Mas, gostei mesmo!

Para quem tem o livro do "Circulo de Leitores", a capa - um homem e uma mulher apaixonados (tipo harlequim) traçados em pintura com palmeiras como pano de fundo -, venho avisar-vos que não corresponde nada à história. Por causa desta capa (o livro não é meu, mas emprestado através do bookcrossing), estive quase para desisti-lo mas, graças a uma amiga que me avisou a dizer que não se tratava de uma história de amor. Convenceu-me! E ainda bem que o li.

A capa de agora é esta, é mais próxima da história e mais bonita:



Classificação: 3/5 (uma leitura agradável!)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Como Salvar um Coração Partido


(para ler a sinopse, clique aqui)


Um testemunho inesquecível sobre os sentimentos que marcam os laços entre humanos e animais.

«Uma história comovente, sentida, para quem tenha amado furiosamente, perdido o seu amor e pensado que a dor seria para toda a vida, ou perguntado a si próprio se enfrentar a morte não será o mesmo que enfrentar a vida.» - Chronogram Magazine



A Minha Opinião:

Comprei este livro e pus-me a lê-lo imediatamente durante as mini-férias de Páscoa.
A capa, não o título em si, chamou-me logo a atenção, especialmente, uma mulher sentada a segurar um cavalo. Fez-me bater o coração e exclamar “tenho que o ler!”.

Uma história verídica, um testemunho. O que é que esta égua, Lay Me Down, fez à autora? Como era a ligação entre a escritora e a égua, esta ligação que a marcou ao ponto de escrever este livro?

A égua sofreu maus tratos e a escritora também. Mas havia uma diferença entre elas: a égua continuava a ser dócil, generosa, boa, aberta ao amor, ao passo que a própria autora continuava enraivecida, agressiva, fechada no seu próprio mundo, abraçada à sua solidão – que a via como um porto de segurança absoluta – mas que não a fazia feliz.

Quando comecei a ler, revi-me nela. A empatia foi imediata, sentida. O mesmo amor aos cavalos. E também alguma raiva, embora a minha não seja a mesma que a dela.

Por isso, foi para mim, um livro especial. Uma leitura agradável, dócil, uma boa companheira, apesar de ser muito triste.

Este livro é sobretudo para amadoras de cavalos e também para pessoas solitárias com as mesmas características que a autora.
Mas, uma pessoa que não seja uma coisa nem outra, pode gostar deste livro, achá-lo útil para compreender melhor certas pessoas e também "olhar" a morte com outro significado, até pode achar comovente uma história de amor equina, só que pode achar o livro banal. Quero eu dizer, por exemplo, uma pessoa que gosta de cães mas que não são a sua paixão e nunca alguma vez os teve na vida como animais de estimação, se lesse um romance sobre a ligação da pessoa com cães e sobre estes animais, não irá sentir-se uma afinidade ou reconhecer aqueles sentimentos, e portanto achará o livro banal. Contudo, recomendo a leitura deste livro também a estas pessoas. Tem uma forte mensagem para toda a humanidade.


Um pequeno excerto de que gostei particularmente:

“Também havia um pesado uniforme de cocheiro com botões de prata com o H dos Hartshorne gravado, o nome de solteira da minha avóe e o meu por parte da minha mãe. Quando tinha seis ou sete anos, vasculhava o seu conteúdo, tirando cautelosamente os tecidos frágeis e puídos e, uma vez, um dos botões caiu-ne na mão. Virei-o e, na parte de trás, estava escrito «Qualidade Superior».
Meti o botão na algibeira e trinta e cinco anos depois continua em minha casa, pregado no quadro de memorandos por cima da secretária. Pequeno e redondo, evoca mais imagens do que uma longa-metragem. Um toque apenas e transporta-me para um mundo de cavalos e carruagens, por volta de 1900: engarrafamentos de cavalos, cavalos doentes, cavalos estacionados na borda do passeio, cavalos a comer, cavalos cujo pêlo brilha como os lambris encerados do Knickerbocker Club, da Quinta Avenida, e cavalos tão hirsutos como cães rafeiros. Um perpétulo espectáculo equino: todos os dias, em toda a parte, a qualquer hora."
- pág 10/11

Não vou dar a classificação a este livro, pois teria feito batota. Apenas o livro teve muito valor para mim.

Gosto mais desta capa e titulo originais:




quinta-feira, 9 de abril de 2009

A Menina dos Meus Olhos


(Para ler a sinopse, clique aqui)

Antes de dar a minha opinião, queria aqui deixar as criticas que são inteiramente fieis e que eu as teria dito o mesmo:

"Uma leitura soberba. Uma história inquietante, com personagens reais e bem construídos; a emoção mantém-se até à última página." - Joanne Harris, autora do Chocolate

"Electrizante... Uma história de amor que se torna sombria e pertubante" - Daily Mirror

"Uma exibição magistral de tensão constante." - Yorkshire Post


Nunca pensei que este livro fosse tão bom... De facto, surpreendeu-me totalmente!

O livro começa com duas histórias paralelas, a do Ronnie desde o seu nascimento e a da Susie desde a sua infância, e vamos acompanhando os seus acontecimentos (infelizmente, extremamente chocantes), no que eles irão tornar-se até à parte em que o Ronnie e a Susie se cruzam e depois encaminham no mesmo percurso... Haverá crimes. Não é o que pensam. Não é uma história previsivel, muito longe disto.

Fala, também, de laços entre mãe e filho(a). A força do amor maternal. As mães pensam que conhecem melhor os filhos que ninguém, até há muitas delas que não são capazes de ver a própria verdade ou no que os filhos podem ser. E se eles fossem cruéis? Que fariam as mães? Continuariam a amá-los?

Eu diria que este autor é uma Jodie Picoult numa versão masculina mas, claro, a escrita não é a mesma, devo dizer, a escrita do autor é ainda melhor, menos concentrada e mais directa, capaz de nos prender, de nos suspender a respiração, de nos fazer sentir todos os nervos à flor da pele. A descrição das emoções e dos sentimentos e a construção dos personagens são intensas.

Gostei muito de descobrir este autor e irei ler mais livros dele.

Classificação: 4/5 (muito bom!)