sábado, 31 de janeiro de 2009

Alma e os Mistérios da Vida




Minha Opinião:

De facto, este livro revelou-se uma fabulosa surpresa!

Comprei-o na feira do livro no ano passado. Ao passar numa “casa editorial” da Oficina do Livro, o livro estava exposto em cima do balcão, tinha acabado de ser estreado, bastante fresco, até reluzia e tudo. Fez-me atrair como um íman. Lá fui pegá-lo, pondo-me a espreitá-lo, a folheá-lo e a decidir se devia comprá-lo ou não… Era tão tentador. Hesitei durante um bocado, porque não associava a Luísa Castel-Branco à figura de escritora, devido à sua profissão e aparência. Mas é claro que nunca devemos dar importância ao que a pessoa faz ou trabalha nem ao seu aspecto. Cada pessoa tem os dons escondidos e a aparência é sempre uma ilusão.

Afinal, o livro fez-me ver quem era a Luisa Castel-Branco. Fiquei a vê-la de outra perspectiva, ou seja, esta figura pública conquistou a minha grande admiração!

Já o devia ter pegado, há mais tempo, imediatamente depois de o ter comprado, o que não fiz. Ali ficou o livro a aguardar que eu o pegasse, o pobre do livro quase como que abandonado e esquecido, a apanhar pó, mas graças aos comentários dos outros, fizeram-me convencer de vez. Ainda não entendi como é que pude hesitar tanto… Mas foi o que aconteceu.

A leitura, deixa-me vos dizer, deliciou-me como uma música de embalar, desde o princípio até ao fim. Muitas vezes, deixava-me a saborear as palavras ou a mastigar mentalmente o açúcar das palavras.

A história começa com Alma, desde o seu nascimento até à sua morte. É definitivamente a história da Alma e os seus mistérios. Ela era invulgar e, no entanto, muito especial. Não quero revelar quem foi esta Alma de cabelos ruivos… É o segredo do livro que só a leitura irá desvendar! Depois há a Dona Sofia, uma mulher fidalga que a cuidou como se fosse sua filha, achei a relação entre elas tão profunda e tão intensa que me tocou de tal maneira. Elas eram demasiado parecidas e mulheres excepcionais, inteligentes e de espírito aberto.

A autora descreveu tão bem os sentimentos, vestiu-os de metáforas ricas mas leves e doces, fez com que eu sentisse todos os sentimentos (da Alma, da Dona Sofia, entre outras personagens femininas) à flor da pele. Amor, felicidade, ódio, tristeza, medos…

Para finalizar, eu diria que este livro é acerca de mulheres, desde as camponesas às fidalgas, naquele tempo de Ditadura. Fala um pouco da PIDE ou refere alguns pontos da Ditadura, mas muito fugazmente como pano de fundo.

Adorei simplesmente! Um livro magnífico!

Os meus parabéns, em forma de estrelas, à Luísa Castel-Branco!

Classificação: 5/5 (DELICIOSO!)



Outras opiniões:

As leituras da Fernanda (olha, no decorrer da leitura, sublinhei a lápis algumas frases que mais me marcaram e verifiquei agora que são as mesmas que as tuas, fiquei como se diz “sem fala”, toda arrepiada! Assustas-me a valer! :P)


terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Gótica


(para ver a sinopse, clique sobre a imagem do livro)



A Minha Opinião:

Gostei! O conto é original, um pouco diferente de todas as histórias de vampiros (atenção, não li a Saga do “Crepúsculo” e por isso não o posso fazer comparação).

A história gira em torno da Analisa, uma mulher espanhola do sec XVIII, que contra a sua vontade se virou vampira. É ao longo da história que a vamos acompanhar, testemunhar a sua transformação de vida humana para a vida vampírica e sentir os seus sentimentos, desde o séc XVIII até à actualidade em Madrid. A Analisa tocou-me bastante...!

E ainda mais, o livro dá-nos a conhecer ou nos leva a compreender melhor o mundo gótico. O vestuário, a arte, os costumes. Os góticos acreditam na existência de vampiros e têm o fascínio por tudo o que se relaciona com a morte, como por exemplo, cemitérios (para eles, as lápides são uma arte). Muitos góticos são filhos de pais normais e a reacção que estes têm nos filhos é triste, proíbem-nos de vestir roupas góticas ou de negro. Muitos deles são incompreendidos, rejeitados ou mal tratados…

Uma referência curiosa acerca dos góticos em relação à bissexualidade:

«(…)Violeta sabia que os ambientes góticos eram já por si um pouco “bissexuais”, mas de forma alguma se considerava ambígua nessa matéria. Por mais de uma vez raparigas góticas tinham-se-lhe insinuado. Era algo lógico dentro do seu submundo, mas Violeta nunca tinha sentido qualquer atracção sexual por uma mulher. Fazia parte do jogo, dos papéis que os góticos assumem perante o exterior. Dentro da casa era diferente. A explicação era bem mais simples: alguns góticos, muito introspectivos, apreciavam a bissexualidade por a considerarem uma componente extra da estética pseudo-vampirica. Viam-na com bons olhos pois quando um vampiro atacava, não tinha em conta o sexo das vítimas, já que o que realmente lhe interessava era o seu sangue» - Pág 60

Para finalizar, este livro está muito longe de ser uma obra-prima. A história podia ter sido melhor, se fosse contada com mais emoção, desenvolvimento e profundidade. Não a achei bastante terror, ou seja, não me causou calafrios, isto foi devida à simplicidade da escrita, à superficialidade da história com que é contada.

Devo ainda mencionar que houve partes em que me fez perder ou baralhar… Foi a tradução que achei péssima!

Classificação: 3/5 (vale a pena para entusiastas de vampiros e mundo gótico)

Outras Opiniões:
Aqui #1
Aqui #2 (está a ser realizada um bookring)

Sobre a autora:


Foto: ©Elena G. Cardona


Grafopsicóloga y escritora madrileña, lleva ejerciendo el periodismo especializado y de investigación en temas insólitos y misteriosos desde hace veinte años. Ha colaborado asiduamente con numerosas publicaciones y en diversos programas de radio y televisión. En la actualidad es redactora-jefe de la revista Más Allá de la Ciencia.
En su faceta de escritora es autora de nueve libros entre los que destacan Sueños (Martínez Roca), que ya ha alcanzado siete ediciones y Grafología (Libros Cúpula), un completo tratado sobre esta disciplina. Además ha escrito novela fantástica sobre hadas, brujas y unicornios y varias guías mágicas de España. Su novela Gothika ha sido galardonada con el premio Minotauro 2007.

Curiosidades:



segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Solstício de Inverno



Sinopse:

Ao abandonar Londres por uma bonita aldeia do Hampshire, Elfrida Phipps sente-se em casa. Tem uma pequena vivenda, o fiel cão Horace, e a amizade dos vizinhos Blundell - em especial a de Oscar - para garantir que os seus dias incluem companhia e independência.
Mas uma tragédia imprevista perturba a tranquilidade de Elfrida. Ela refugia-se numa casa na Escócia, que se torna um íman para vários vadios. Parece a receita certa para a calamidade. Mas o grupo acaba por tornar-se maior do que a soma das suas partes e Elfrida vê-se no centro de um Natal bastante mágico.

Rosamunde Pilcher combina eloquência e compaixão para criar personagens que revelam a forma como verdadeiramente vivemos e amamos. Repleta de tragédia e renovação, Solstício de Inverno possui uma narrativa cativante repleta de emoção.



A Minha Opinião:


Recebi este livro em Abril, como emprestado do bookcrossing, graças à kittycatss (um grande beijinho para ti!), e retive-o até ao Natal mas, dando sempre notícias do livro à dona, afim de ela ficar descansada. E, ainda bem que o fiz, o facto de o ter retido, pois a altura mais acertada ou indicada para o ler é na época natalícia. Pois, tal como a sinopse revela, o enredo passa-se precisamente nessa quadra festiva.

Lendo-o com o frio a envolver-nos e as luzes coloridas acesas ao fundo da sala a piscar discretamente, torna esta história ainda mais real e extremamente mágica, tocante e comovente, uma leitura deliciosa que nos chega a proporcionar um enorme sorriso e um conforto acalorado, acima de tudo mostrando-nos o verdadeiro sentido da Vida e o significado do Amor.

É impressionante a forma de como a autora construiu esta história em que desenrolam inesperados acontecimentos, tanto maus como bons, num espaço de tempo tão curto!

De facto, é uma história simples mas a escrita (a grande especialidade de Rosamunde Pilcher!) dá-lhe uma beleza rara, faz com que as coisas simples ou mesmo insignificantes se tornem especiais, ficando até com um brilho que parecem provenientes de um conto de fadas.

Há dramas familiares, tragédia, novas amizades, amores a nascer e crescer, surpresas recheadas de surpresas, alegrias inesperadas e encantadoras, pequenas belezas de Vida…

Achei lindo o natal desta história, não o posso pormenorizar, senão perde toda a surpresa. É segredo, está embrulhado em palavras, só a leitura é que o abre e assim a magia natalícia sai do livro para fora.

E as personagens, um tesouro! Soube-me tão bem acompanhá-las. Tocaram-me de tal maneira profunda. São pessoas comuns mas, humanas e realistas.

Definitivamente, não vou esquecer tão cedo desta história!

Classificação: 5/5 (Delicioso!)